Pular para o conteúdo
#descriçãodaimagem Foto de martelo usado por juízes em tribunais. Em madeira escura, o instrumento está deitado atrás de uma base circular onde, ao serem comunicadas as sentenças, costuma ser batido. Sobre tal superfície há a miniatura acobreada de uma balança. Fundo preto.

Fonte: Pixabay.

Foto de Sabiá-Laranjeira pousado em uma cerca de metal com concertinas em torno.

Em 2023, os poemas da categoria
Sabiá-Laranjeira|Christina Maria
passam a ser publicados semanalmente,
via ação Trocando as letras:
quem tirou o “i” do “fejão”
e botou no “arroiz”?

O alto

Escrito em 7 de setembro de 2022

A vida é bélica,
quando o caminho é minado,
desertado de encontros
e esvaziado de amores.
Assim é!

Para os ouvidos calados aos clamores
e aos gritos infindos de dores:
- Senhoras e senhores,
o que lhes apraz
sobra em farturas
e exacerba em exageros.
Degrada, mutila e mata.
Suas impurezas dominantes
caem feito lama podre e fedida.
E ceifam vidas.
Vidas pelos senhores invalidadas.
Não importa quantas
e quem são.
Olhadas de cima para baixo,
pelos olhos dos senhores
são todas pequenas, insignificantes,
inóspitas...
Vítimas das suas cruezas inclementes.
Tamanha descompostura
só soma aos degradados
tantas outras desventuras:
oneram milhares de vidas,
diminuem a comida,
indigna e humilha.
Cada infração inflaciona,
infortuna o denominado pequeno
e o apequena.

Toda e qualquer sociedade
em que vigora a desigualdade,
a desumanização e a corrupção,
não passa de enganação.
Não preza a comunhão
e o que sobra é a crueldade
regada de indignidade.
Nos coisifica.
É uma covardia.
Dos pequenos sou consorte
e sigo sempre adiante,
apesar dos pesares.
Sigo revogando seus trotes,
senhores.
Lavando as suas lamas
que somente em nós, apequenados,
respingam.

Olho de baixo para o alto,
acima de todos nós,
qualquer um de nós.
- Piedade, Senhor, piedade!

Eles são senhores
são autoridades
que nem o Senhor contemplam.
Apenas ditam e afirmam a soberba.
E, por fim, carimbam
e assinam a barbárie.
E nós somos reféns
da assimetria de tão torpe poder.
Que país é esse?
[...] Alô alô marciano/
A crise tá virando zona/
Cada um por si todo mundo na lona/
E lá se foi a mordomia/
Tem muito rei aí pedindo alforria porque/
Tá cada vez mais down in the high society/

Down, down, down/In the high society/
Down, down, down/In the high society/
Down, down, down/In the high society/
Down, down, down...
Da música “Alô alô Marciano”, interpretada por Elis Regina e
composta por Roberto de Carvalho e Rita Lee Jones.

Escolha da arte de capa, #descriçãodaimagem e edições para postagem: por Christina Maria (autora do poema), Maria do Socorro, Virginia, Olga, Cecília, Carolina e Marcela.

■■Acompanhe-nos nas redes sociais do @coletivohojeapassarinho e até a próxima!▪︎▪︎▪︎

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *