Belo Horizonte, 15 de maio de 2023
Coletivo Hoje à passarinho
Circular A Cata Prismas nº 4
ASSUNTO: Oportunidade importante de desenvolvimento.
Durante o mês de maio, a Orelo disponibilizou um plano de incentivo para os criadores e criadoras de Podcasts com quem tem parceria na adiministração de campanhas de Financiamento Coletivo: com 5 ou mais novos apoios mensais ao SabiÁticast (a partir de R$5), o Coletivo Hoje à passarinho poderá receber um bônus de R$10 para cada registro de nova assinatura.
Após quatro temporadas de experimentações, seguimos editando/acessibilizando uma coletânea de episódios do SabiÁticast. Como se trata de um trabalho detalhado, decidimos acatar a sugestão de, a partir de Junho, iniciarmos o projeto das publicações mensais da Circular A Cata Prismas também em versão sonora.
Diante das respostas positivas aos cuidados de saúde diários mantidos pela nossa mediadora/narradora, seguimos confiantes para expandirmos nossas práticas de Economia Criativa, as quais fomentam o alcance ao trabalho, à autonomia e à luta contra a fome com, por e para mulheres em travessia de situações-limite, favorecendo a transposição de múltiplas barreiras ao exercício da cidadania.
Caso queira e disponha de condições, você que nos acompanha pode colaborar: engaje-se como assinante e/ou nos ajude a divulgar essa nossa oportunidade aqui repercutida, potencializando assim o crescimento do nosso projeto!
Atenciosamente,
Virginia
Oficineira voluntária dedicada à geração de renda com, por e para mulheres do Hoje à passarinho
Primeira página
Pousou “cuco”
nos stories?
Profa. no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Educomunicadora e pesquisadora,
no cotidiano da Educação Midiática e Tecnológica.
Quando começamos a passarinhar via roteiros do SabiÁticast, a fêmea do cuco pousou em um das faixas sonoras compartilhadas.
Passado algum tempo, reflexões sobre os jeitinhos parasitas que a ave dá pra se reproduzir reverberaram no seguinte poema:
enCucações
Quando a mãe de sabiás
se ausentou um pouco do ninho,
a mãe de cucos
aguardava à espreita
Parasita, a invasora
jogou fora alguns ovos,
dentro dos quais se formavam
futuros sabiázinhos
Pra depositar a própria ninhada
nos espaços recém invadidos,
ao transferir os cuidados,
partiu em disparada
e sem despedidas,
ligeira no abandono dos filhos
Hoje você me pergunta:
“Será que a sabiá reparou
que havia estranhos no ninho?“
Aliás,
teve invasão ou descoberta
na história das nossas origens?
Tanta lama atirada,
rompimento de barragens…
Crime ou acidente,
nas fronteiras sujas
que a ganância por poder define?
Receitas azuis, tarjas pretas:
desequilíbrios coletivos
tratados como meras doenças orgânicas
ou sofrimentos estritamente individuais
Quanto engano,
imensa fantasia macabra!
Cuco saindo do relógio
pra cantar à cada quarto de hora do dia
Anoitecida, apagada,
anestesiada, intoxicada,
no quarto,
esquecendo-se e esquecida,
Aurora não sai um segundo,
não raia, não canta…
Desanimada do mundo,
Aurora já não trilha
nem brilha
o lume da própria vida;
Por Marcela Teófilo
Na primeira edição da presente Circular, mencionamos inclusive alguns dos descaminhos da psiquiatrização da violência contra meninas e mulheres na adolescência, os impactos preocupantes que acolhimentos indevidos exercem, causando inacessos e barreiras ao pleno exercício da cidadania etc.
São inúmeros os obstáculos e tabus que atingem também quem abraça o compromisso de atuar intensamente na prevenção e no enfrentamento do abuso e da exploração sexual contra a população infantojuvenil.
Diante da atual quantidade de perfis fakes que pousam em nossos stories, aqui apelidados de “perfis cuco”, convivemos com o desafio diário de separar o que é joio e o que é trigo, por exemplo.
Afinal, as informações que disponibilizamos por meio de nossas mídias sociais podem alcançar crianças e adolescentes, estimulando-os a buscarem suporte, caso se deparem com alguma situação abusiva.
Se, assim como nos foi necessário, você também precisa aprender a identificar quais perfis tendem a sinalizar “estranhos no ninho”, sem correr riscos de denunciar ou bloquear jovens em apuros que procuram informações no seu projeto, a próxima linha traz um link que lhe será muito útil:
Com emprego
e sem salário?
Oficineira dedicada
à geração de renda com,
por e para mulheres
em travessia de situações-limite.
Educadora PcD
e consultora
em Educação Inclusiva,
Direitos Humanos e Justiça Social.
Olá, nova leitora que aqui colabora com o nosso trabalho!
Em alguns aspectos, guardadas as circunstâncias diferentes, chegamos a lhe dizer que o seu relato nos fez lembrar da trajetória da escritora Cora Coralina. Então, tomando o cuidado de manter a sua identidade em sigilo, a ideia de lhe chamar de “Cora” nos pareceu sugestiva.
Antes de falarmos sobre as nossas lembranças quanto aos enfrentamentos e as letras marcantes da talentosa goiana rememorada, agradecemos pela sua abertura ao trazer o grave dilema que você vive para o nosso periódico.
Deve se transformar numa causa coletiva a busca por amparo para a elevada quantidade de gente que, nesse momento, pode estar passando por um sufoco semelhante ao seu!
Você tem razão ao mencionar a desinformação como barreira para o exercício da solidariedade. Sem alcançarem a gravidade de fatos dessa natureza, os diálogos ficam precários. A carência de embasamento reforça ideias preconcebidas e promove a manutenção de prejudiciais lacunas.
No entanto, repare: bastou-nos a sua iniciativa de por em palavras a própria realidade para, numa simples pesquisa pela Internet, acessarmos um material confiável e elucidativo a respeito da sua experiência…
Decidimos assim citar um trecho do artigo da autoria do advogado Janius Arêdes, especialista em Direito Previdenciário, atuante em Belo Horizonte/MG, como estímulo para expandirmos uma rota de compartilhamentos, multiplicando conhecimentos.
Ei você que tem parentes, vizinhos, colegas e amigos em situações parecidas: antes de mais nada, nós lhe cutucamos para que consulte como, sem complicações, a seguinte referência de 7 de abril de 2021 amplia os horizontes do que de fato ocorre na circunstância que trazemos à luz e que recebe o nome de “emparedamento ou limbo jurídico“:
[…] Emparedamento é o nome dado pela jurisprudência e doutrina quando o indivíduo recebe alta médica do INSS e ao procurar à empresa é impedido de trabalhar pelo médico do trabalho por considerá-lo inapto. Nessa situação o trabalhador fica “emparedado”, cercado, sem ter para onde ir, e o que é pior, sem remuneração.
O limbo jurídico ocorre quando o trabalhador fica abandonado, no esquecimento, à margem da lei. Não existe lei para regulamentar o caso, há uma lacuna. Um exemplo clássico de limbo jurídico foi muito bem ilustrado pelo nobre professor e Desembargador Antero Arantes Martins do TRT/SP, no julgamento do processo nº 0058520831202007, veja-se:
“Assim, empresa e INSS iniciam um jogo de “ping-pong” e a trabalhadora é a bola, jogada de um lado para o outro, cada qual empurrando para o adversário o “abacaxi” (ou bolinha) que é o trabalhador.” (gn)
Nesse vai e vem e empurra-empurra entre o INSS e a empresa o trabalhador vai ficando sem trabalhar e sem renda. As contas vão acumulando e o nome vai parar no SPC. […]
Com isso, o trabalhador entra numa situação de desespero e de vulnerabilidade econômica social.
(Por Janius Arêdes)
Para o Coletivo Literário Hoje à passarinho, quando se contesta, a partir do próprio cotidiano, o apagamento das questões complexas que barram o pleno exercício cidadão, acessos se descomplicam, abordagens pluriversais resultam em possibilidades multiplicadas, ciclos violentos se encerram e experiências mais justas se desenvolvem.
Sim, em vez de agravarmos problemas sociais que geram danos para centenas de indivíduos, todo mundo pode fazer parte de uma grande caravana coletiva rumo às posssibilidades de solução!
Logo que tiver disponibilidade, clique no link da próxima linha e leia o texto na íntegra:
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Versos de Cora Coralina
Das lições rimadas de Cora
Seja nas décadas iniciais do século passado ou nos primeiros anos do novo milênio que agora vivemos, romantizar a não remuneração e/ou a precarização dos trabalhos do cuidado, comumente desempenhados por mulheres, ignorando o quanto eles são determinantes e criam bases para todos os fluxos da sociedade: como não lembrar das pedras culturais no caminho de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, imortalizada na Literatura Brasileira sob o pseudônimo “Cora Coralina”?
Primeiro, a poeta e contista foi impedida pelo marido de participar da Semana de Arte Moderna. Depois, já viúva, Cora trabalhou como doceira para sustentar os quatro filhos. Chegou a ser vendedora de livros e, apenas aos 76 anos, mantendo vivo o hábito da escrita desde o princípio da adolescência, ela pode publicar sua primeira obra literária…
Estimulamos travessias e recomeços que, mesmo transbordando dos desafios que impactam com força alguns indivíduos específicos, estimulem a humanidade a cultivar reflexões coletivas a respeito da interdependência e da mútua nutrição nos vínculos entre as pessoas.
Você, a Cora, eu… De modo geral, sujeitos estão sujeitos a necessitarem de recomeços que se demonstram precisos, mas será que precisam se amargurar com a reprodução infinita de velhas injustiças e desemparos?
Sem negligências e livres de condutas omissas, declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no último dia 5 de maio, o “fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à COVID-19”, rende mais e vale mais a pena recriarmos a vida de mãos dadas!
Hashtag,
pra que te quero?
Educadora popular “andarilhante”,
na ponte entre Educação, Arte, Cultura e Saúde Coletiva.
Mãe, avó, artesã, oficineira e poeta, mesclando versos, canções, plantas e reciclagem artesanal.
Dizem por aí que, quando as intenções são ampliar redes e multiplicar acessos, as chamadas hashtags já não alcançam mais o sucesso de tempos atrás…
De todo jeito, realizar a oficina de criação da #meninasemulheresQpassarinham🪶 representou um importante momento de síntese e de aquecimento do nosso Coletivo para duas das datas de conscientização anualmente destacadas no mês de maio.
“Políticas públicas com educação inclusiva, saúde integral e acesso à cultura”, “Cidadania plena no combate à violência doméstica e sexual”, “A cidade é para as mulheres com reforma urbana e meio ambiente solidário”: alinhavar esses três eixos, partindo do que nos é acessível, tem sido uma senhora fonte de aprendizagens!
O QRcode disponibilizado logo após este parágrafo segue como convite para quem nos lê. Que tal conhecer e seguir nossos posts que põem Letramento de Gênero, Letramento Poético, Educação Comunitária e Educação ambiental numa ciranda em prol de viver melhor em sociedade? Desejamos que acompanhem as atualizações e que gostem da ideia!
Colagem de fotos das nossas poetizAções de Educação Ambiental, com clicks de momentos da contrução do Quintal | jardim Hoje à passarinho (localizado na periferia de Belo Horizonte, região do Barreiro, junto com crianças da família e compartilhada com pessoas que fortalecem o Coletivo Hoje à passarinho). Na parte central, abaixo do título “Fechou Abril” e de uma montagem com passarinhos nas janelas da fachada de um prédio, há o print da arte preparada pela Rede Minas para a participação do Poeta Dione Machado (@coletivoz), no quadro Minuto se liga, sobre o Dia da Literatura Brasileira (de onde transcrevemos a fala citada na Primeira página). Fundo degradê azul, verde e laranja.
Tá sabendo
da dupla importância
do dia 18 de maio?
Poeta e professora de Filosofia improvisando reflexões itinerantes mais acessíveis e pluriversais,
em várias cirandas provisórias.
Presente especial pra fechar as aprendizagens de abril com chave de ouro
É difícil explicar o quanto esperamos este momento, pois os últimos desafios aos nossos fluxos de aprendizagem fizeram com que precisássemos guardar, por um pouco mais de tempo, o convite que agora fazemos.
Estamos realmente honradas pela oportunidade de compor a Edição Especial de Literatura da Revista Digital La Herida (Ed.4 | Março de 2023). O nosso Coletivo Literário Hoje à passarinho, ao lado de excelentes produções de colegas artistas, registrou as presenças dos versos de Marcela Teófilo e de Christina Queiroz, respectivamente nos volumes 1 e 2.
A Revista Digital La Herida é um desdobramento da Galeria Digital de Mulheres artistas, criada pela artista visual Larissa Cantarino. Cada edição, portanto, expande uma iniciativa independente que nasceu em 2016, na cidade de Goiânia, para construir um espaço de divulgação, promover e fortalecer
“[…] o trabalho de mulheres artistas de diferentes frentes e áreas de atuação.”
Larissa Cantarino, no Editorial da Revista La Herida
Larissa Cantarino (autora/organizadora e revisora), Tula Devi (diagramadora e revisora), Ana Flávia Fernandes (diagramadora), Marcela Teófilo, Christina Queiroz, na companhia de todas as outras artistas, convidam a comunidade leitora da Circular A Cata Prismas a acompanhar o perfil de Instagram @galerialaherida.
Por lá, gratuitamente, é possível acessar e/ou baixar cada volume publicado, bem como ficar sabendo de futuras publicações.
Para fomentar a liberdade de expressão e o fim do apagamento das mulheres nas Artes e em todas as expressões da humanidade, basta clicar no link da próxima linha e receber o nosso presente:
Obsevação: durante a tecelagem de etapas da edição que ora se encerra, a sinergia entre vozes femininas de Minas e de Goiás foi acontecendo espontaneamente. Aproveitamos as maravilhosas confluências para deixar um lembrete: em breve compartilharemos o acesso para a “Piulist Abril à passarinho”, na qual aproveitaremos as sincronicidades tão bem vindas para homenagear as oportunas vozes e mensagens das cantoras Marília Mendonça, Gal Costa, Rita Lee, Alcione, Clara Nunes, dentre as canções trazidas pela nossa ação semanal “Trocando as letras”.
‘Asaços’ de Maria do Socorro, Christina Maria, Virginia, Carolina, Olga, Cecília e Marcela (Coletivo Hoje à passarinho)… Até a próxima edição!