“A infância é o chão sobre o qual caminharemos o resto dos nossos dias. Se for esburacado demais vamos tropeçar mais, cair com mais facilidade e quebrar a cara — o que pode até ser saudável, pois nos dará chance de reconstruirmos nosso rosto.”
Lya Luft, em “Perdas e Ganhos”.


“Eu quero brincar é de rodinha!” — Manifesto de Marcela, ao ingressar no então “Jardim de infância”.


“O meu nome é Marcela Teófilo, carinhosamente conhecida como a passarinho. Eu costumo dizer que se apresentar é sempre uma decisão, porque na mesma vida, a gente vive uma porção de papéis e, no mesmo corpo, a gente incorpora várias lutas.
Trocando em miúdos então, eu me apresento como poeta de nascença e ex-professora de Filosofia devido a uma necessidade que acabou virando semente pro Coletivo Literário Hoje a passarinho.
Cada uma dessas nuances eu descobri e comecei a trazer pro mundo, há muitos anos atrás, quando precisei escutar o pedido de socorro de uma menina, uma garota que ninguém escutava a contento.
Na travessia de múltiplas violações, aquela jovem quebrou um ciclo de violência, mais outro, mais outro e por aí vai… Nisso, acabou se quebrando um bocado também.
Hoje, a passarinho, eu a trago comigo no redesenho de cada marca do meu corpo e no marco de cada aprendizagem que colocamos pra girar.
Afinal, ela sou eu no presente; eu que a quero radiante por poder continuar em mim.” — Marcela Teófilo
.
"A minha tolerância
já foi uma corda estendida
perto de todos os naufrágios.
Não é mais. Hoje colaboro com o mundo,
reconhecendo a insuficiência
de cada anestesia que cala a corrosão
das ancestrais feridas mal curadas."
Do poema •Alado•, por Marcela Teófilo
Agradecemos pelo êxito da recente campanha:
“Oi pessoal! Toda vez que alguém me fala sobre os pedidos de socorro das meninas e mulheres sendo logo interpretados como transtornos psiquiátricos que nunca existiram, eu me preocupo. Preciso que as pessoas aprendam a não rotular como “delírios”, “psicoses”, “invenções” etc., relatos de complexas queixas de saúde física e de violências. Ambos os fenômenos ocorreram inclusive comigo, dificultando o acesso ao diagnóstico do Transtorno do Espectro Hipermóvel e agravando os danos que hoje prejudicam tanto o meu corpo como as minhas práticas profissionais, esportivas e recreativas. De nascença e ainda sem cura, a hipermobilidade tende a afetar tecidos, ou seja, músculos, ligamentos, vasos, pele, ossos, tendões e afins, impactando na mobilidade, dentre outras complicações. Reconhecimento e tratamento precoces podem prevenir impactos devastadores na saúde e na trajetória de muita gente. Embora já exista o Projeto de Lei que institui a Política Estadual de Atenção Integral à Pessoa com Síndrome Ehlers-Danlos ou com Transtornos do Espectro de Hipermobilidade em Minas Gerais, alcancei um estágio preocupante, não cabendo mais espera. Indivíduos e comunidades que conhecem o meu trabalho de promoção da saúde, promoção da literatura e prevenção da violência me sugeriram disponibilizar uma chave-PIX para que todo mundo que queira e possa, contribua com os meus cuidados. Por isso, divulgo aqui que pelo endereçomarcelateofilo@coletivohojeapassarinho.com.br (tudo junto e sem acento), você me ajuda com qualquer quantia, via pix, além de me enviar um e-mail com o título QUERO-QUERO e receber uma surpresa poética como agradecimento. De quebra, combateremos a desinformação e mudaremos o rumo de várias prosas parecidas. Você me ajudaria a seguir transformando essa experiência desafiada em uma potente aprendizagem coletiva? #transcrição para #tradução#descriçãodaimagem Vídeo com fala legendada de Marcela. Ela usa óculos e colar cervical. No decorrer da mensagem, aparece uma tela, na qual há a foto de um pássaro quero-quero e o seguinte texto “Doe | PIX marcelateofilo@coletivohojeapassarinho.com.br QUERO-QUERO”. Fundo preto. Tela final, leia-se: “Capcut ]Abraços[.