Belo Horizonte, 31 de março de 2023
Coletivo Hoje à passarinho
Circular A Cata Prismas nº 2 e 3
ASSUNTO: transformações em andamento…
Até o fim do semestre, o Coletivo Hoje à passarinho passará por várias transformações para conciliar os fluxos cotidianos com as aprendizagens do novo contexto de cuidados de saúde da nossa mediadora Marcela Teófilo.
Nesse intervalo, manteremos:
• stories cotidianos;
• atualizações/divulgações do blog;
• esta circular mensal;
• bem como leituras das memórias de reunião, preenchimento de formulários e afins (encaminhados pelas comunidades que dialogam conosco).
Seguimos editando/acessibilizando uma coletânea de episódios do SabiÁticast e cumprindo contratos, os quais nos auxiliam a tirar dos rascunhos o conjunto de protótipos que, graças às pessoas apoiadoras, nossas ações contínuas puderam construir nos últimos anos.
Por ora, o email marcelateofilo@coletivohojeapassarinho.com.br funciona como nosso principal canal de contato.
Atenciosamente,
Cecília
Educomunicadora voluntária do Hoje à passarinho
Primeira página
Nossa Circular A Cata Prismas circula com funções técnicas de comunicar acontecimentos etc., mas também com funções educativas e literárias.
As palavras poéticas registradas pelas penas das mulheres dão conta de dialogar em círculos sobre dilemas bioéticos, mobilizações políticas, elementos socioculturais e ambientais, por exemplo?
Para saber como cometemos a arte de fazer parte e abrir caminhos para circularmos no desafiadíssimo último bimestre, os próximos registros expandirão o que a Primeira página sinaliza com imagens descritas e breves palavras transcritas na legenda.
https://periferiabrasileiradeletras.org/
“Mulheres Incensuráveis”
Maria do Socorro
Ex-professora no segundo ciclo do Ensino Básico em escolas públicas. Voluntariou-se para combater a violência sexual contra a população infantojuvenil, investindo nas tecnologias e no letramento de gênero.
Dentre 88 pessoas, muitas mulheres escritoras publicaram pela primeira vez e todas celebramos por isso.
Post de divulgação do lançamento da Antologia
Primeira fatia do conto “Editando“
Numa grande cidade brasileira, uma família seguia o fluxo cultural e calava os pedidos de socorro da pequena Edith. Assim, a primeira comunidade a estabelecer o silêncio conservava nos demais agrupamentos a tradição dos nem tão longínquos tempos: então, se não era sujeito adulto, por norma, a menina-moça tinha o dever de se sujeitar a tudo…
Edith não era a única. Décadas antes, nos anos escolares finais, o anúncio das curvas de muitas secundaristas anunciava burburinhos que repercutiam até causarem apagamentos de conflitos que nada honravam as dignidades daquelas futuras mulheres.
Pois silenciar vai além de não dizer. Silenciamentos costumam vir acompanhados do improviso de enredos alternativos que tamponam o buraco aberto pelas insistentes sequências de não-ditos. […]
Editando (Conto),
Antologia “Mulheres Incensuráveis”, 2023
#pratodomundover Na parte de cima do vídeo, leia-se: “Mulheres Incensuráveis”. Em seguida, ao lado de ilustração de balões e dos cumprimentos “Parabéns! Aprovadas!”, passam as fotos e os nomes das dezenas de escritoras participantes da antologia. Na parte de baixo, logomarca da SF Editorial. Fundo vermelho.
Trocando as letras
Christina Maria
Mãe, avó, artesã, oficineira e poeta. Tece lãs, linhas, reflexões e sabedorias, mesclando-as com versos, canções, plantas e artigos de reciclagem artesanal.
#audiodescrição Vídeo feito no CapCut com colagem de foto de Christina sobre arte animada de janela com floreira colorida, onde dois passarinhos brincam de pousar. De pele e cabelos brancos, a mulher sorri e faz pose. A fachada da casa é de madeira.
🎶 A trilha sonora das imagens em movimento descritas acima traz uma música de ritmo alegre e cantoria de pássaros.
Em abril, os poemas da categoria Sabiá-Laranjeira | Christina Maria voltam a ser publicados semanalmente, via ação Trocando as letras: quem tirou o “i” do “fejão” e botou no “arroiz”?
“Piulists“
Organizamos Piulists, quer dizer, playlists que reúnem as músicas e vídeos citados em todas as publicações do Blog Pena em Liberdade (Trocando as Letras, Circular A Cata Prismas e outras).
Por meio dos links listados adiante, solte o som e os passarinhos, aproveitando para se inscrever em nosso canal do YouTube!
Piulist Circular A Cata Prismas | Canções e Vídeos
Escuta e escrita colaborativa
Virginia
Microempreendedora Individual. Engaja-se em parcerias para sondagens e aprendizagens sobre a viabilidade de potenciais ações cotidianas geradoras de renda com, por e para mulheres que atravessam situações- limite.
Se antes já sobravam declarados obstáculos à livre circulação cidadã, a experiência da COVID-19 libertou mil desafios escondidos debaixo dos tapetes sociais.
Em tal conjuntura caótica, contudo, a combinação de serviços de escrita, artes literárias e aprendizagens compartilhadas perpassa as sondagens e aprendizagens pelas quais o Coletivo Hoje à passarinho nasceu, cresce e circula em ambientes plurais.
Para saber mais sobre a viabilidade de potenciais ações cotidianas geradoras de renda com, por e para mulheres em travessia de situações-limite, continue voando com a gente!
Descrição física e psicológica de personagem
Do que se tratou e objetivo
Ao lado de artistas da região Leste de Belo Horizonte, o Coletivo Hoje à passarinho recebeu a oportunidade de se lançar numa experiência memorável transformada em ações de Educação Comunitária e serviço de escrita: registrar uma personagem na Biblioteca Nacional.
Kyko Tropical
Criado por Nato Matrix e incrementado durante parcerias com Jhessy Matrix, além das risadas conhecidas pela animação em grandes emissoras de rádio, TV, palcos, companhias de toda parte, eventos e canal de YouTube, descrever tecnicamente a aparência e a personalidade do menino kyko nos rendeu divertidos encontros de saberes sobre direitos autorais, Economia Criativa e solidariedade, além de registros em fotos, vídeos, podcasts, cards, surpresas gentis e muito mais!
Na próxima linha, link para conhecer a “TV Kyko Tropical – Se liga, a nossa marca é você!”:
https://youtube.com/@tvkykotropical
Sempre Vivas 2023
Carolina
Educadora popular “andarilhante” por ambientes escolares e não escolares. Atua em iniciativas comunitárias de aprendizagem cidadã, na ponte entre Educação, Arte, Cultura e Saúde Coletiva.
Graças à manutenção do modelo híbrido, o nosso Coletivo conseguiu participar remotamente das reuniões preparatórias e do próprio evento organizado. Vivenciamos uma nova experiência de aprendizagem potente sobre diversificar e pluralizar acessos. Não apenas por morarmos em territórios periféricos, contarmos com circunstâncias limitadas para o deslocamento urbano, lidarmos com situações de risco, vulnerabilidade e estereotipações, convivermos com quadros de adoecimento que reduzem a mobilidade, termos pessoas com deficiência e/ou 60+ entre nós etc.: procurar alternativas perante as barreiras físicas, atitudinais, comunicacionais, geográficas, socioeconômicas e afins nos aproximou de colegas do interior do estado que vivem outras inacessibilidades, por exemplo. Sem contar o apagamento das companheiras atingidas por rotulações distintas, isto é, por construções culturais preconceituosas e discriminatórias que prejudicam, de vários modos e em diferentes contextos, o alcance a cuidados fundamentais de saúde, ao exercício pleno da cidadania. Ficamos animadas para potencializar o que pode o nosso encontro rumo a, passo a passo, ampliarmos as representatividades no incremento de políticas públicas antisegregacionistas e cada vez mais apropriadas para as múltiplas e multifacetadas realidades das mulheres.
Adaptação de resposta discursiva redigida pelo Coletivo Hoje à passarinho, integrante do varal de lutas o Movimento Popular da Mulher (MPM | BH) para preenchimento do formulário de avaliação do evento “Sempre Vivas: Viver é muito mais que sobreviver”.
Janelas (re)coletivizantes abertas
Cecília
Pesquisadora sobre Educação Midiática, Educomunicação e metodologias de ensino híbrido. Trabalha também como tutora e como professora-autora de recursos educacionais.
Bodega da Memória
Por Marcela Teófilo
2021: iniciar publicações em bando expunha a intencionalidade (re)coletivizante e antisegregacionista do projeto Filosofia à passarinho – Fiapo, origem do Coletivo Hoje à passarinho.
E o vírus mortífero nos arrastava para a medida sanitária de isolamento. Novas comunidades on-line, no entanto, insistiam em meios de multiplicar encontros, movimentações e intercâmbios possíveis.
Através de uma das janelas abertas pela Editora Atafona, a seleção do selo “Histórias Breves” acenou magnética, apresentando-me uma personagem e aconchegando nós duas no livro “Anjo Mutilado”.
O lançamento/live precederia a “Mostra Internacional de Narração Artística: Candeia 2022”, com curadoria feita pelos coordenadores Aline Cântia e Chicó do Céu, do Instituto Abrapalavra.
No palco do Teatro da Cidade, Ella se sentou com colegas de Coletânea no palco, pegou minha voz ofegante ao microfone e apresentou a condição humana de ambas.
Daí, quando veio a mesma “casa editorial de novos autores”* e exibiu uma fotografia geradora diferente, ocorreu a segunda inscrição irresistível.
A cena cinza da estátua corroída e faltando pedaços do anjo que ganhou a lente do fotógrafo Daniel Chico, dessa vez, abria alas para o registro colorido de Reinaldo Ziviani.
Um topa tudo, um antiquário, uma coleção? Fosse o que fosse, o ambiente logo me devolveu para a pesquisa “Podcasts no Museu do Cotidiano – mUc: um estudo sobre conteúdos e diálogos abertos” (2017-2019).
Brinco a sério que, perdida no meio dos mais de 100 mil objetos do cotidiano, escutando e mediatizando a narratividade do Antonio “Objeteiro”, no mUc, eu me tornei mestra “decolAtiva” em Educação e respirei boca à boca com a poética filósofa à passarinho insufocável dentro do meu peito!
“Bodega da Memória”, o livro que espalha histórias e inclui a mensagem de quem não deixa a alma de cada sujeito desaparecer nas estruturas materiais dos objetos, começa hoje a bater asas.
Maria do Socorro, Christina, Virginia, Carolina, Cecília e Olga me ajudaram a polinizar os passaportes de presente pra 2 lançamentos em 1 cartaz que espalha links acessíveis via stories (futuros destaques Circular) e Bio.
Que tal se juntar à grata revoada crescente de (des)leituras gratuitas que a Atafona disponibiliza nas nuvens, inclusive de “Bodega da Memória”?
*Descrição na Bio do Instagram @editoraatafona
https://www.editoraatafona.net/
Muitas das expressões colocadas entre aspas tem uma origem que vale a pena conhecer melhor. Assim, para ler sobre o estudo no Museu do Cotidiano, link logo a seguir:
https://penaemliberdade.wordpress.com/2020/12/28/decolativa-soundcloud/
A sequência de prints do storyboard (com a #descriçãodaimagem no post de divulgação anterior) foi compartilhada via stories em formato de vídeo.
Incorporamos aqui um conteúdo audiovisual com a faixa adicionada como trilha, talvez favorecendo uma gambiarra interessante.
Será que quem está beirando o contato inicial com a história descrita vai curtir uma experiência de imersão aproximada da experiência oferecida pela postagem feita nas redes sociais?
Agora sim! Aperte o play no YouTube e acompanhe aqui a leitura na descrição #pratodomundover:
Enquanto isso, puxando o fiapo do @coletivohojeapassarinho…
Mulher ao microfone. Ela dança e, num balão de fala preso a um fio e puxado por um Beija-Flor, conta uma história. Leia-se:
– O sucesso mundial Venus (Shocking Blue), lançado na Europa de 1969, hoje toca aqui neste post. Dizem que, passados quase dois anos, enfim o hit bombou nas paradas do Brasil.
Na segunda tela, uma repórter usa o microfone para entrevistar um homem. Todos os balões de fala da arte em que predominam vetores pretos e beges são puxados pelo passarinho por um fio. A jornalista pergunta:
– Sabia que, sem Internet, só muito tempo depois, a repercussão do clipe e de outras peças com fotos confirmou se o vocal era obra de um homem ou de uma mulher?
Na tela três, o homem sorri e responde:
– Minha cara, só me ocorre agora a gravidade de apresentar minha esposa prum brother, caso ela mandasse um grave assim! KKK
Tela quatro: uma garota de olhar inquieto, com cabelos crespos e curtos apoia o rosto nas duas mãos. Ela formula a seguinte questão:
– E eu que quero crescer saindo de gaiolas inventadas, livre da desinformação, do ódio; sem as velhas violências que nos machucam e apagam por roubarem a cena, o espaço, o microfone, e a dignidade da gente?
E a Senhora de perfil responde na tela cinco:
– Eu recomendo as (des)leituras gratuitas da nossa Circular A Cata Prismas, querida!
Na sexta tela, o balão de fala sai da foto da fachada de um prédio. Em sete janelas, colagem de fotos dos passarinhos que representam as componentes do Coletivo. As aves se ligam por fiapos, cordões vermelhos. Leia-se a afirmação do grupo:
– Podemos substituir a gastura solitária causada pelas pontas soltas da sociedade e simplificar recoletivizações, no improviso de comunidades provisórias, por exemplo.
No sétimo balão de fala, leia-se:
– Vem fiar responsáveis fios de reflexão e tecer junto prosas coletivas? Confie no que podem os encontros, aprendizagens e vínculos fortalecidos!
O Beija-Flor liga com o fiapo a última fala ao print da Primeira página da Circular A Cata Prismas. Em lilás, leia-se a recomendação:
“BIQUE ” NO LINK DA BIO OU NOS DESTAQUES!
Convite audiodescrito
Olga
Ex-servidora pública, é educadora PcD e consultora em Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Justiça Social. Oferece aulas particulares on-line e presta serviços, colaborando com a acessibilização de projetos digitais.
Bom dia! Na última reunião, o Coletivo Hoje à passarinho falou sobre a importância de descrever as imagens de divulgação do evento, ampliando assim o acesso para Pessoas com Deficiência. Assim, segue a sugestão de descrição para o card acima, feita por nossa coleção Olga.
[…] Agradecemos a quem se interessou e nos escreveu perguntando sobre as formas de acrescentar as descrições nos diversos ambientes virtuais e recomendamos o acesso à esse artigo do IFRS…
Trecho de mensagem de Wattsapp do Coletivo Hoje à passarinho para o grupo de organização do evento Sempre Vivas 2023.
Companhia de (des)leituras
Marcela
Poeta e professora de Filosofia. Improvisa reflexões itinerantes mais acessíveis e pluriversais, em várias comunidades provisórias. Tendo como suportes conteúdos sonoros e escrita criativa compartilhada, media (des)leituras, diálogos e percursos de (auto)expressão.
Dia Internacional da Leitura em Voz Alta
“Gatatujas Selvagens”
Por Marcela Teófilo
Fim de tarde em fevereiro e descobrimos a chegada de um pássaro de papel. Pousando, ele trazia da Bahia quase cem poemas gentilmente enviados pelo poeta alagoano.
Nas asas do ilustre livro ilustrado 15 anos antes de existir no mundo, “garatujas selvagens” reencantaram o último carnaval. Foi fazer ninho de versos na cabeceira do leito de repouso e, sem intervalo, causar cantoria dentro de nós!
Atravessadores das travessias que envolvem violências e doenças, com graça, mesmo os isolamentos necessários quebram protocolos, gelos, preconceitos, distâncias e segregações.
Das bordas urbanas de Belo Horizonte, apenas para quebrar espumante na praia sonhadora das palavras poéticas, desconfia-se que as terras e areias do Nordeste ficam logo ali, detrás da serra ferida que chora água doce perante as nossas janelas de vidro empoeirado.
Não existem muros em torno ou pedágios entre os encontros genuínos.
Dançar a vista sobre as visitas das letras do filho de Inácia, desde o início, entalha (des)leituras delicadas e, sem distintivos, esculpe coragens lúcidas, pouquíssimo percebidas nas expressões que despontam das coletividades concretadas pelas concretudes cotidianas.
De fato
"[...] É na pedra que se amola as existências agrestesJosé Inácio Vieira de Melo, em “Garatujas Selvagens”
Pedras jogadas na cabeça para despertar a aurora das ideias.
Um duro lance de dados que precisa encontrar a ternura:
em uma pedra pode existir a delicadeza uma flor [...]"*
*Surgiu entre nós a ideia de filmar a serra como cenário da declamação de versos deste poema “Cantilena para Inácia”, que tanto nos tocou no último março, mês da Mulher, da Natureza e da Poesia.
‘Asaços’ de Maria do Socorro, Christina Maria, Virginia, Carolina, Olga, Cecília e Marcela (Coletivo Hoje à passarinho)… e até a próxima edição!
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